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Diagnóstico

Diagnóstico

Diagnóstico de Necessidades

O rendimento, emprego e educação inadequados são fatores bem documentados que contribuem para a entrada e saída de pessoas em situação de sem-abrigo. Resolver essas inadequações criaria possibilidades de sair desta situação.

O desenvolvimento de programas de educação, formação e emprego para pessoas em situação de sem-abrigo enfrenta desafios adicionais devido a fatores como a falta de um endereço permanente, incapacidade de manter uma higiene ou nutrição adequada, desafios de seguir as regras da casa de abrigo durante o emprego, saúde física ou mental e / ou questões de adições. Há uma necessidade de formação baseada em competências, incluindo competências de preparação para o trabalho e formação em competências para a vida ativa, incluindo a gestão de dinheiro e culinária / compras.

Como os níveis médios de educação das pessoas em situação de sem-abrigo são inferiores à população em geral, elas podem enfrentar desafios adicionais para participar no mercado de trabalho formal. Os programas para ajudar a melhorar os níveis de educação das pessoas em situação de sem- abrigo precisam de reconhecer e acomodar esses desafios. Esta é uma situação semelhante para os programas de empregabilidade em que existe o estereótipo de que todas as pessoas em situação de sem-abrigo não querem trabalhar. A investigação mostra de forma consistente que as pessoas que vivem em situação de sem-abrigo desejam trabalhar e muitas procuram diligentemente oportunidades de emprego ou trabalho nalguma função. No entanto, a falta de uma casa torna quase impossível obter e manter um emprego formal. Não ter uma casa significa que as pessoas em situação de sem-abrigo podem não ter um endereço para colocar no currículo, um número de telefone para devolver chamadas e um lugar adequado para se preparar para as entrevistas de emprego. Também significa não ter a oportunidade de recuperar de um dia de trabalho num ambiente seguro onde possam tomar banho, ter uma boa noite de sono, preparar sua própria, recuperar de doenças ou lesões, descansar, e manter a sua saúde. Os participantes duma investigação relataram a vergonha e o constrangimento que sentiram ao fornecer o endereço de um abrigo a um potencial empregador ou ter de explicar por que motivo não tinham documentos de identificação ou conta bancária. Muitos decidem não revelar a sua situação de sem-abrigo com receio de serem automaticamente desqualificados como candidatos desadequados. Outras barreiras ao emprego que as pessoas em situação de sem- abrigo enfrentam incluem:

  • Baixo nível de escolaridade
  • Deficiência física
  • Saúde mental e uso de substâncias
  • Antecedentes criminais
  • Acesso limitado a transportes
  • Falta de experiência na área de interesse
  • Falta de formação profissional
  • Falta de acesso a um computador, além dos baixos níveis de conhecimento de informática necessários para realizar pesquisas de emprego e preencher formulários online

Mesmo quando uma pessoa em situação de sem-abrigo consegue encontrar trabalho, geralmente está à margem da economia. Muitos são forçados a trabalhar em empregos inseguros e não regulamentados e/ou são pagos abaixo da tabela onde o pagamento pode ser inconsistente e/ou inferior ao salário médio. O trabalho temporário também foi descrito como uma barreira para um emprego significativo e permanente, pois dificulta a construção de relacionamentos com os empregadores e interfere no planeamento de carreira de longo prazo. O trabalho precário não só dispensa benefícios ou um salário mínimo, mas também pode levar trabalhadores vulneráveis a serem explorados como mão de obra barata. Por outro lado, algumas pessoas que vivem em situação de sem-abrigo não têm outra opção a não ser adotar estratégias de sobrevivência perigosas para gerar rendimento, incluindo mendigar, vender drogas, roubar ou prostituição. Um estudo descobriu que as pessoas jovens em situação de sem-abrigo que abandonaram o ensino médio têm maior probabilidade de se envolver na prostituição, ou pedir esmola, mas a grande maioria que se dedica a esse tipo de trabalho, prefere conseguir um emprego na economia formal. As pessoas jovens em situação de sem-abrigo enfrentam uma série de barreiras adicionais ao emprego em comparação com as pessoas adultas em situação de sem-abrigo que incluem:

  • Discriminação pela idade
  • Falta de incentivo para planear e procurar oportunidades de carreira
  • Capital social e humano fraco (educação, amigos, famílias, redes)
  • Falta de competências para a vida ativa (finanças, gestão de tempo, resolução de conflitos)
  • Falta de reconhecimento de valor na contratação de jovens com dificuldades
  • Falta de apoio na transição para a idade adulta

Do lado dos empregadores, muitos têm uma noção limitada das pessoas e situação de sem-abrigo com base em estereótipos. Alguns indicam a sua falta de conhecimento e experiência em trabalhar com pessoas em situação de sem-abrigo e sentem-se mal preparados para atender às necessidades dos seus funcionários que se encontrem nesta situação. Como resultado, o contrato de trabalho é rescindido apesar de suas melhores intenções.

Com os apoios adequados as pessoas que vivem em situação de sem-abrigo podem superar as barreiras para prosperar e ter sucesso no local de trabalho. O emprego é apenas uma componente do conjunto mais amplo de estratégias que tem como objetivo final retirar as pessoas em situação de sem-abrigo por meio da colaboração e coordenação em vários setores.

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